Encontro no Palácio Piratini apresenta casos de preservação do patrimônio histórico

O Palácio Piratini, em conjunto com o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul (IHGRGS), realizou, na tarde desta sexta-feira (25/4), o curso Preservação no Palácio Piratini: Desafios e Experiências no Patrimônio Histórico. A atividade reuniu especialistas e público interessado no Salão Alberto Pasqualini para tratar sobre conservação e restauro do acervo e sobre os desafios envolvidos na preservação de edificações históricas a partir de experiências implementadas na sede governamental.
A atividade iniciou com o conservador-restaurador Tarsis Gradaschi, que apresentou um relato sobre o trabalho de recuperação de conjuntos de mobiliário Histórico originalmente encomendado para a Ala Residencial do Piratini na década de 1920. Os “móveis brancos”, como são conhecidos, estavam em péssimas condições devido especialmente a ação de cupins.
O profissional relatou todo o percurso para recuperação do mobiliário e os desafios envolvidos no processo, como a confecção de ferramentas exclusivas e a recomposição de peças. Tarsis ainda falou os efeitos da enchente de 2024, que atingiram a sua oficina e danificou parte do trabalho já executado.
Na sequência, a mesa “Experiência e resultados da Oficina de Restauro na conservação permanente do Palácio Piratini” trouxe relatos de ações de preservação desenvolvidas na própria sede do governo, com mão de obra própria, como a remoção de verniz das portas de madeira e a recuperação de ferragens de portas e janelas. Os relatos foram conduzidos por Mateus Gomes, diretor-executivo de gestão do Complexo Palácio Piratini.
"Restaurar algo não termina em uma ação específica. É preciso seguir vigilante para que consigamos manter. E a Oficina de Restauro é uma peça fundamental para isso”, comentou.
A palestra também apresentou outras formas encontradas pelo Piratini para garantir a menutenção do acervo, como o acordo de cooperação ténica com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A conservadora-restauradora Magda Villanova, da UFPel, que participou da recuperação de 17 obras de cavalete do Piratini, relatou como foi o processo e os apreendizados obtidos com a experiência, à época como aluna do curso de Conservação e Restauro de Bens Móveis.
Fechando o evento, a produtora cultural Thaís Feijó, do Instituto Histórico e Geográfico do Rui Grande do Sul, o arquiteto e urbanista do Palácio Piratini Marcio Mello e o representante da RSB Soluções Rodrigo Breier trouxeram a experiência de implementação do Plano de Prevenção Contra Incêndios do Palácio para a plateia. Entre os desafios apresentados, foram listados a necessidade de adequação do plano a um prédio histórico tombado, aos diferentes usos do Piratini e às diferenças existentes entre cada um dos ambientes que compõem a edificação.
Contrapartida
A realização do curso foi uma contrapartida do projeto de implantação do Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndio (PPCI) do Palácio (Pronac 185355), viabilizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, realização Ministério da Cultura e Governo Federal União e Reconstrução. O projeto conta com os patrocínios de Gerdau e Banrisul Pagamentos/Vero e com o copatrocínio de Santander Brasil.
O projeto cultural foi desenvolvido pelo Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul (IHGRGS), que mantém com o Palácio, desde 2016, um protocolo para realização de ações conjuntas voltadas para a proteção do patrimônio tombado da sede do governo.