No encerramento de 2023, o Palácio Piratini, em parceria com o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul (IHGRGS), lançou uma exposição virtual e um documentário sobre o centenário da Revolução de 1923. A mostra e o vídeo, disponíveis no site do Piratini a partir deste sábado (30/12), reúnem imagens, textos e depoimentos sobre o último grande conflito armado civil do Rio Grande do Sul.   

Na mostra “Cenas da 23”, as fotografias apresentadas são dos acervos Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul (AHRS), instituição vinculada à Secretaria de Estado da Cultura, e do IHGRGS. A professora e doutora em História Luciana da Costa de Oliveira, curadora da exposição virtual, ressalta que, além de tornar público os registros sobre o tema existentes em Porto Alegre, a ideia do projeto é lançar um novo olhar sobre a revolução.  

“A nossa proposta foi pensar uma exposição que trouxesse elementos do cotidiano dessa revolução, elementos que nos mostrassem detalhes desse acontecimento e, sobretudo, destacassem os que foram invisibilizados pela História”, explicou Luciana, que selecionou imagens de mulheres e de outros personagens pouco vistos nos estudos sobre o tema.  

Já o documentário, intitulado “Revolução de 1923 | 100 anos”, reúne depoimentos de estudiosos que narram o percurso da Revolução de 1923 desde seus precedentes até a assinatura do Pacto de Pedras Altas, que pôs fim ao conflito. Participaram o jornalista e escritor Juremir Machado da Silva; o presidente do IHGRGS, Miguel Frederico do Espírito Santo; o professor e doutor em História Jefferson Teles Martins e o professor e advogado Ápio Beltrão. Para ilustrar a história, além de fotos, também foram utilizados trechos do histórico filme “A Revolução no Rio Grande”, gravado em 1923 por Benjamin Camozato.  

O objetivo é que as produções contribuam para a difusão do conhecimento e possam estimular novas pesquisas sobre o tema. “Quando trabalhamos com os conflitos do Rio Grande do Sul, a Revolução Farroupilha é absurdamente estudada. O mesmo acontece com a Revolução Federalista. Quando se chega à Revolução de 1923, parece que se perde um pouco do fôlego. Em 2023, muitos trabalhos interessantes apareceram, mas é um tema complexo e, infelizmente, ainda pouco estudado. Então, além de nos apresentar todo um contexto, essa revolução ainda pode inquietar pesquisadores para que busquem outras fontes e novas discussões”, avaliou Luciana.  

Para o diretor de Conservação e Memória, Mateus Gomes, “as produções contribuem para a difusão do conhecimento sobre as histórias que tiveram esse palácio, de alguma forma, como palco. Nosso site e canais de divulgação, ganha mais um conteúdo importante para o seu repertório e relevante para a sociedade gaúcha.”  

Para acessar a exposição, clique aqui.

Assista ao documentário: 

_{Texto: Bruna Linhares}

_{Edição: Mateus Gomes}