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Mestre dos palcos e dos jardins

O colaborador do mês da série personagens é Seu Darci, o jardineiro do Piratini

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Seu Darci, colaborador de Palácio Piratini. - Foto: Alvaro Bonadiman

Darci Figueiró, de 69 anos, começou a trabalhar para o governo do Estado em 1979, mais especificamente para a Secretaria de Agricultura, no Jardim Botânico de Porto Alegre. Anos mais tarde, após diversos cursos de jardinagem, foi a vez de o Palácio Piratini entrar em sua vida. E foi nos jardins palacianos, em um dia ensolarado da primavera de 2021, que Darci nos contou sua história.

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Seu Darci, que há mais de 18 anos trabalha nos jardins do Palácio. - Foto: Alvaro Bonadiman
Natural de Caxias do Sul, veio para Porto Alegre para trabalhar e em busca de um sonho: a música. Além das plantas, o acordeão é um grande amor de Darci, como é conhecido no Piratini. Na infância, a irmã dele ganhou o instrumento do pai. Sem mostrar interesse, o acordeão ficou com Darci. “Quando comecei a aprender, meu pai vendeu o para comprar um daqueles radinhos de pilha", conta o jardineiro. Contudo, ao ver o interesse do filho pela música, o pai comprou outro instrumento pouco tempo depois.

Na sequência, fez cinco anos de aula, aprendeu a ler partituras e dominou o acordeão. Logo, começou a animar bailes e festas. Passou a tocar em Centros de Tradições Gaúchas (CTG), formou dupla com um amigo, gravou um disco e fez shows por todo o Rio Grande do Sul, em cidades como Santa Maria, Osório, São Gabriel, Uruguaiana, Livramento, Caxias do Sul, Gramado e Canela. Após terminar seu conjunto musical, seguiu se apresentando em CTGs e chegou a tocar no Enart — Encontros de Arte e Tradições Gaúchas.

Em Porto Alegre, tocou — e segue se apresentando até hoje — em conjuntos e casas de tradições gaúchas. Trabalhou também em edifícios, até chegar ao Jardim Botânico. Lá, apaixonou-se por jardins. “A melhor coisa que tem é trabalhar com a natureza e poder sentir esse ar contagiante”, afirmou.

“A melhor coisa é trabalhar com a natureza”

A vinda ao Palácio foi a pedido do chefe da Casa Civil da época que, de acordo com Darci, foi ao Jardim Botânico e pediu um jardineiro emprestado para cuidar do palácio, já que os jardins ocupam um grande espaço. Havia necessidade de podar as árvores, plantar flores e manter um local condizente com sede de governo. “Aqui nós recebemos muita gente. Os jardins precisam estar bonitos”, afirma o profissional.

No início, o jardineiro trabalhava em paralelo nos dois lugares, passando dias no palácio e outros no Jardim Botânico, mas o trabalho que precisava ser feito no Piratini era grande e necessitava dedicação integral. Depois de alguns anos trabalhando concomitantemente, seus serviços foram solicitados de forma exclusiva para o palácio. 

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Darci, o mestre dos jardins e do acordeão.

Misturamos o trabalho da jardinagem com a arte de um de seus servidores: o Seu Darci, que trabalha aqui há mais de 18 anos! Crédito: Álvaro Bonadiman

Atualmente, sua função é coordenar os jardins. É ele quem decide o que será plantado – da escolha de quais flores e árvores serão cultivadas, da altura da poda, tudo passa pelo seu Darci, que pensa e planeja com cuidado e carinho “Eu determino o serviço, e gosto que façam tudo perfeitinho”, afirma. . E esse carinho é reconhecido e seu serviço é elogiado, visitantes de diversas cidades e até de outros países comentaram para ele sobre a beleza de seu trabalho. “É gratificante ver que nós estamos aqui trabalhando e estamos sendo reconhecidos por uma coisa ou outra. Estamos sempre sendo reconhecido”.

Mas suas memórias mais carinhosas no Piratini são as que unem dois de seus amores: a casa centenária e a música. Durante a Semana Farroupilha, em que Darci sempre tem a oportunidade de se apresentar. Ele lembra com carinho a participação da ex-governadora Yeda Crusius indo o visitar, sempre usando trajes de prenda.

Darci resumiu sua função ao afirmar que “está aqui para trabalhar, fazer o que é bonito, essa é a minha preocupação com o Palácio”.

Palácio Piratini