Landoswki: do Piratini ao Rio de Janeiro
O primeiro trabalho do escultor do Cristo Redentor no Brasil foi neste patrimônio gaúcho
Também dedicou-se ao desenho, entrando na escola privada Academia Julian, em 1893, para aprimorar suas técnicas. Na mesma época, ingressou na Escola de Medicina, onde desenhava corpos para seu professor. Mas encontrou sua maior vocação no bronze. Entrou para a Academia de Belas Artes em 1895, onde estudou por cinco anos. Landowski acreditava que tanto a inspiração quanto a criatividade só surgem com uma base técnica aprofundada.
Destacou-se tanto na área da escultura que recebeu o Prix de Roma, bolsa de estudos dada pelo governo francês, em 1900, e ponto de partida para a carreira de diversos artistas, aponta Élisabeth Caillet.
O artista é responsável por obras em diversos países e começou a trabalhar em parceria com o Brasil em 1910, por um convite de seu amigo e arquiteto Maurice Gras, o responsável pelo projeto do Palácio Piratini. O convite foi para fazer duas esculturas na fachada e um grupo escultórico nos jardins internos. De acordo com a biografia do escultor, presente em seu site oficial, gerenciado por sua neta, o bom trabalho e o sucesso das estátuas no Rio Grande do Sul renderam a ele o contrato para fazer o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, sua obra mais famosa, 20 anos mais tarde.
Outros de seus trabalhos famosos são a Santa Genoveva, na Pont de la Tournelle, em Paris, e A União e a Fênix Espanhola, em Madrid, também em parceria com Gras. O grande projeto de sua vida era a escultura O Templo do Homem, nunca finalizada por falta de financiamento. Ela teria oito metros de altura e 200 metros de comprimento, de acordo com sua biografia oficial.
Élisabeth Caillet, museóloga e neta do escultor, aponta que o trabalho de Landowski faz parte da modernidade realista, sendo um dos representantes da Art Déco, movimento iniciado na Europa nos anos 1910. Nas esculturas, a característica principal desse movimento é serem obras para decoração em edifícios governamentais, praças públicas e salões privados.
O escultor também seguiu a carreira acadêmica. Lecionou na Escola Nacional de Belas Artes e dirigiu a Villa Medici, de Roma. Em 1944, reuniu artistas franceses para lutarem por liberdade para os alunos da Escola de Belas Artes de Paris presos na Alemanha.
Paul Landowski faleceu em 31 de março de 1961, em sua casa, na cidade de Boulogne-Billancourt.