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Em primeira edição, Noite do Patrimônio reúne público para falar sobre preservação de bens históricos

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Evento reuniu palestrantes e público no Salão Negrinho do Pastoreio. - Foto: Álvaro Bonadiman

O Salão Negrinho do Pastoreio, um dos principais símbolos do Palácio Piratini, foi palco, nesta quarta-feira (14/8), da primeira edição da Noite do Patrimônio. A atividade, promovida pela sede do governo estadual, oportunizou a troca de experiências entre público e palestrantes sobre a conservação de bens históricos a partir da apresentação de cases sobre ações desenvolvidas no próprio Piratini. O evento integra a programação da Semana do Patrimônio, lançada em comemoração ao Dia Estadual do Patrimônio Cultural, é uma contrapartida do projeto de implantação do Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndio (PPCI) do Palácio.  

O encontro teve início às 18h com a abertura da 2 edição da exposição Donas da História, que tem curadoria da historiadora da arte Izis Abreu. A mostra, que segue no Piratini, reúne o retrato de seis líderes comunitárias de Porto Alegre reinterpretados por seis artistas que trabalham com a técnica da colagem digital. Eu me emociono porque elas têm uma força incrível não só de liderança, mas de conseguir levar suas comunidades para frente, levar bem-estar para suas comunidades, e isso é maravilhoso”, relatou Izis antes da homenagem feita às mulheres retratadas 

Na sequência, foram apresentados os relatos de projetos recentes executados no Piratini para salvaguarda da edificação e de seus bens integrados. Mateus Gomes, diretor-executivo de gestão do Complexo Palácio Piratini, e Ísis Fófano, conservadora-restauradora do Palácio, falaram, respectivamente, sobre a política de gestão do patrimônio que vem sendo implementada na sede do Executivo e sobre o trabalho de restauro dos 23 murais de Aldo Locatelli, finalizados no final de 2023.  

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O trabalho de gestão do patrimônio do Piratini foi assunto de Mateus Gomes, diretor-executivo de gestão do Complexo Palácio Pira - Foto: Álvaro Bonadiman

As estratégias de preservação do Palácio precisam ser constantemente compartilhadas com as pessoas que o frequentam e a comunidade, porque, por um lado, é nosso dever prestar contas à população e, por outro, é nossa missão cativar o público e somá-los ao desafio de zelar por tudo que compõe este patrimônio de todos os gaúchos”, analisou Mateus 

A doutora em História e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul (IHGRGS), Luciana de Oliveira, apresentou, na sequência, o case Palácio das Artes. Em sua fala, Luciana contextualizou um conjunto de pinturas que foram originalmente encomendadas para a ornamentação do Palácio, no início do século XX, e que seguem como fontes históricas importantes sobre o passado político do Rio Grande do Sul. Além da conjuntura que deu origem às obras, a historiadora também realizou uma leitura visual de algumas das peças produzidas por Locatelli, situando-as no contexto biográfico do artista. 

Andrea Bachettini, professora do curso de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), foi a terceira a falar.  A especialista fez um relato sobre o processo e os desafios de restauro das 17 pinturas de cavalete que compõem a pinacoteca do Executivo. As obras foram recompostas em 2023, a partir de um acordo técnico-científico firmado entre a universidade e o governo estadual dentro das comemorações do centenário do Palácio. 

A noite encerrou com o minicurso Gestão de Riscos para o patrimônio histórico-cultural, da arquiteta e mestre em engenharia Anaclaudia Silva. A profissional abordou aspectos que precisam ser observados por profissionais de engenharia e arquitetura e pelo público em geral para garantir a segurança de prédios históricos, de seus usuários e acervos 

É importantíssimo esse assunto de prevenção, porque quando falamos em incêndio não podemos só focar no que já aconteceu. Temos que que focar naquilo que não pode acontecer e é fundamental colocar esse assunto de uma forma simples e ampla para todas as pessoas, porque é um tema que levamos para a vida. Nós moramos em algum lugar, viajamos e circulamos por uma série de ambientes, então a questão da prevenção de incêndio tem de ser ampla, irrestrita e transversal para outros assuntos também. E quando falamos de acervo, isso é tão importante quanto, porque temos toda uma peculiaridade”, avaliou a especialista.  

A Noite do Patrimônio contou ainda com as presenças do superintendente do Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio Grande do Sul, Rafael Pavan dos Passos; do diretor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), Renato Savoldi; do presidente do IHGRGS, Miguel Frederico do Espírito Santo; do Gerente de Responsabilidade Social Brasil da Gerdau, uma das empresas patrocinadoras do projeto do PPCI, Bruno Castilho, além de servidores, estudantes e de outros interessados pelo tema 

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